sexta-feira, 13 de março de 2009

Collision

Abro a porta, sento-me, levo a chave à ignição. Um ligeiro abano e lá começa a característica respiração do motor. E é assim que iniciamos viagem...

A viagem já vai em perto de 1 hora...Já estou farto de estar sentado. Não cansado, apenas farto. Uma estrada, 2 sentidos, o nosso com 2 faixas, o contrário apenas com uma. O sol radiante do lado de fora deste objecto negro.
O condutor da frente está a cansar-me, início a ultrapassagem. 100 km/h diz o velocímetro, que isto é uma estrada nacional! Tudo aparentemente normal, calmo, seguro, imperturbável.
De repente, aparecido não sei de onde, um objecto ainda mais negro que o que possuímos, aproxima-se da nossa posição a uma velocidade mais do que vertiginosa, atravessa a faixa e vem em sentido contrário. O embate é certo. "E agora??! O que é que eu faço??!" É uma pergunta estúpida que nem consigo acabar de formular na minha cabeça.
Um barulho ensurdecedor de uma colisão de um amontoado sem nexo de metal, plástico e borracha invade tudo o que há momentos atrás poderia ser caracterizado como um simples quadro de paz, calma e sossego.
Felizmente, e nem sei como, não se houve mais nenhum estrondo. Óptimo, um choque em cadeia não era definitivamente coisa que precisássemos. Milagrosamente todos os que nos rodeavam conseguiram para em segurança.
Agora são as vozes que se tornam ensurdecedoras. Quero abrir os olhos, quero mexer os músculos que me permitem construir palavras, quero ver e saber como se encontra a pessoa que ia sentada ao meu lado, aquela que me acompanhava nesta viagem. Mas o meu corpo recusa-se a obedecer-me, sinto-me dorido, como se me tivesse passado um autocarro por cima, não me mexo. Os minutos mais longos da minha vida...
Agora são as sirenes... Fodasse mas isto não pára? Pára, pára quando entro na ambulância a caminho de um qualquer hospital. E foi enquanto entrava que consegui que finalmente os meus olhos se etreabrissem e pelo canto vi as tentativas de reanimação daquela pessoa junto aquela ambulância. INEM, aquelas letras não passam despercebidas a ninguém. Como será que ele está? A minha cabeça anda num autêntico rodopio. A esperança, sempre me disseram, é a última a morrer, e é com isso que eu vivo.
Deixo finalmente o hospital, finalmente deixo aquele característico cheiro a éter e consigo respirar algum ar puro. Finalmente, o pior já passou, penso eu. Contudo o pior está é para vir. E é assim que sei que aquela ambulância folclórica onde seguia aquela pessoa foi para a morgue. Directamente para a morgue, nem pelas urgências passou! Não houve mais mortos, mas por qualquer finta do destino, aquela pessoa que me acompanhava na minha viagem abandonou-me. Demora a chegar a percepção do sentido real de que este é um abandono para a vida. Não quero acreditar, na minha cabeça esta informação demora a ser processada. Isto não é um até já, é um até nunca. Um nunca mais, um até à próxima vida.
É nestas alturas que mil e uma questões nos traumatizam a alma. "Porque é que ultrapassei? Porque é que o outro cabrão se veio enfiar na nossa faixa?! Porque é que não fiz isto? Ou aquilo? E se tivesse sido ela a conduzir? E se eu fosse mais devagar? E se...?! E se..?! E se..?!" Fodasse porque é que me tinha que acontecer isto a mim? Porquê a mim?! Isto está a dar cabo de mim, só quero morrer também! O que é que eu tenho a mais para estar aqui e ela não?! Não posso abandonar aquela pessoa que ia comigo, que sempre me acompanhou em todas as minhas loucuras e não loucuras. E é nestas alturas que voltamos à idade dos porquês, que somos novamente criaturas vulneráveis sob o peso do mundo.
Sinto a minha vida a afundar-se no fundo negro de um poço sem saída. É então, que a escassos metros do embate, naquela terra humedecida de cheiro agoniante, acordo! "Merda para isto tudo!" Sinto-me nervoso e é com um grito que me acalmo. A minha vida sempre foram contrasensos. Levanto-me e vou à varanda, puxo um cigarro e fumo-o, devagar, a saboreá-lo, a pensar noutra qualquer coisa, a acalmar a cabeça.
O dia nasceu perfeito como já não o via nascer há muito tempo. Aproveito mais um bocadinho e fico a contemplá-lo, também já não vale a pena voltar para a cama.
Esqueço e sigo em frente. Isto hoje não vai acontecer.
Não hoje, não no meu dia de sorte.

quarta-feira, 11 de março de 2009

I BET YOU LOOK GOOD ON THE DANCE FLOOR!


I came in here just for the music

For all the things that it makes me feel

I came to exorcise my demons


Set me free


I should have met you in the 80's

Back when I was the dance floor queen

Maybe you think that I'm too old for dancing

You should have met when I was sixteen

Dance! You know what I mean

Dance! Like you were sixteen


Não está mesmo a apetecer?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Almas-gémeas

Afinal o que são almas-gémeas? E, estando descortinado este tão grande mistério, será que se deveriam chamar mesmo almas-gémeas?

Bem começando pelo termo gémeos, gémeos são dois ou mais irmãos que nascem da mesma gestação, sendo esta por isso mesmo múltipla. Estes podem ser idênticos ou não, dependendo das, chamemos-lhes, condições da gestação. Mas isso já não é para aqui chamado, mas se alguém estiver extramente interessado, avise. Continuando, o que se diz por aí e que os gémeos se entendem como ninguém, percebem-se mutuamente quase na totalidade e outras tantas mais coisas bonitas. Não sou totalmente dessa opinião, acho claramente que cada pessoa é única e por mais gémeos que sejam, se crescerem separados isso não acontece, por isso esse entendimento mútuo para mim resulta apenas da cumplicidade de crescerem sempre juntos, mas isso também não é bla bla para aqui. So..go on..Basicamente gémeos são iguais ou pelo menos muito parecidos.

Agora a alma. Bem a alma é se calhar uma invenção humana. Cada um acredita no que quiser. Mas neste caso alma estaria apenas a significar uma pessoa.

Assim, uma alma-gémea seria uma pessoa, que não sendo nosso gémeo(a), compreendería-nos como ninguém, conseguiria (quase) ler os nosso pensamentos e estaríamos sempre digamos que sintonizados. O nosso eu na versão sexo oposto. Claro que isto é uma versão bastante optimista para além de ser muito pouco descritiva de toda a complexidade da realidade.

Falando de realidade, a verdade é que já encontrei pessoas muito semelhantes a mim com quem pura e simplesmente não me sinto ligado e pessoas que são o oposto de mim que sinto que me completam. E que me compreendem apesar das diferenças. As almas-gémeas são tudo uma para a outra. E se a minha alma-gémea for o oposto de mim? E se o mundo for feito para encaixar como peças de puzzle ou mesmo lego? As peças encaixam com a oposta. Ou pelo menos na posição oposta. E também a natureza é assim, o que automaticamente nos inclui também. Afinal o sexo é ou não uma "junção" de opostos?

Sim, é verdade que aquela pessoa pode ser mesmo uma alma-gémea nossa. Mas maior verdade é que a maior parte das vezes isso não acontece. Então porquê o termo alma-gémea?

Eu não quero uma, só quero pessoas que me completem, ou que pelo menos me façam sentir completo nem que por breves momentinhos. Porque é isso que tudo é..Momentos.

Já agora porque é que uma maçã é uma maçã? E chocolate é chocolate? E eu me chamo assim? E sexo é sexo? E porque não poderiam todas as palavras ser outra coisa qualquer?

Dúvidas existenciais..Porque a resposta é óbvia. Alguém lhes chamou isso e foi assim que ficou. Será mesmo assim tão simples e óbvio?

sábado, 14 de fevereiro de 2009

14.Fevereiro

Porque às vezes uma música diz tudo..
Ladies and Gentleman, Mr. Eric Clapton.

Feliz Dia dos Namorados.
Enjoy the evening.
P.S.: No caso de não terem um(a) 'mais-que-tudo' aproveitem para qualquer coisa diferente com os amigos. Isto não é um dia só para namorados, pelo menos do meu ponto de vista.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sexta feira 13

Today..
Is my lucky day.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Music/Life

Preciso de parar. Parar e escutar. Preciso de escutar aquela música que nos faz esquecer que o mundo lá fora existe. Aquela que ouviamos tantas vezes que quase deixavamos de lhe dar a importância e o valor que realmente tem, e que agora depois de um tempo sem a ouvirmos nos faz sentir outra vez vivos.
Aquela música que nos fazia fazer todas as figuras possíveis no meio da rua.

Mas preciso sobretudo de relaxar. Sentar-me num banco à beira rio e ficar ali horas sem conta. Como se o tempo parasse. A observar as pessoas que no seu fundo invejavam-me por poder estar ali. Que no fundo, o que todos qeremos é os nossos momentos de paz. A paz de espírito.

Por outra lado, no entanto, a revolta também faz um bocadinho de falta. Então se esta for sinónimo de loucura e alegria intensa, venha ela.

Mas, ainda mais que tudo, faz-me falta ouvir música pela mais simples e, de certa maneira revoltante, razão de todas. Se tivesse tempo para poder dedicar umas belas horinhas a tratar do aparelho auditivo, era sinal que tinha tempo para muitas mais coisas. Infelizmente, nestas épocas parece que o estudo ocupa quase tudo.


O que eu queria mesmo era umas férias. Dias que se confundem com as noites. Ter tanto tempo para tudo que nem se sabe o que se tem para fazer. Estar simplesmente com os amigos. Começar numa esplanada e deixar que o tempo corra sem sequer dar-mos por isso. Já é amanhã?!?!

Queria ter tempo para me dedicar à vida. À minha. À daqueles que aprecio. Queria...
Preciso das minhas coisas, dos meus momentos, de me dedicar! Preciso de deixar esta coisa a que hoje em dia decidiram chamar vida. E que para mim nunca teve esse significado. Vida deveria ser, como a própria palavra indica, sinónimo de viver. E viver, para mim, significa dedicar-me a muito mais que estudos, trabalhos e etcs. Claro que de vez em quando se arranja tempo para viver. E bem! Mas... Faz-me falta.
Dá-me lá a mão, liga o iPod no máximo e vamos passear por aí, junto ao rio. Como se só existissemos nós. Eu..e a vida.

Só por curiosidade, ficam aqui algumas das músicas que têm passado pelos meus ouvidos nos úlitmos tempos.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

(Sir) Charlie Chaplin

A coisa mais injusta da vida é o modo como ela termina.

Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deviamos morrer primeiro, para nos livrar-mos logo disso. A seguir viviamos num lar, até ser-mos postos de lá para fora por sermos muito novos.
Ganhávamos um relógio de ouro e ia-mos trabalhar. Então, trabalha-mos 40 anos até ficar novo o bastante para poder aproveitar a reforma. Aí curtíamos tudo, bebíamos bastante álcool, fazíamos festas e preparavamo-nos para a faculdade. De seguida íamos para a escola, tínhamos várias namoradas, passávamos a criança, sem nenhuma responsabilidade, tornavamo-nos um bebezinho de colo, voltavamos para o útero da mãe, e passavamos os nossos últimos nove meses de vida a flutuar.
E terminava tudo com um ótimo orgasmo!

Não seria perfeito?
Quase que soa um bocado ao filme "O estranho caso de Benjamin Button". Quase.